Uma universitária de 31 anos fez o pedido para receber o auxílio emergencial do governo federal, mas a solicitação foi rejeitada. O motivo, na carteira de trabalho dela constava o cargo de "presidente da República".
Adeyula Dias Barbosa Rodrigues, que estuda Gestão em Recursos Humanos, está desempregada desde agosto do ano passado. Ela mora em Vila Velha, na região metropolitana de Vitória, e sobrevive de ajuda da mãe e do companheiro.
O benefício da universitária foi negado, porque no documento digital, tinha a informação de que ela estava trabalhando em dois lugares.
O erro consta nos dados de quando Adeyula trabalhou em uma escola da Secretaria de Estado da Educação (Sedu). Ela ficou no cargo de cuidadora escolar por três meses. Até o momento não consta no documento o desligamento dela da função. "Está lá na carteira que eu ainda trabalho lá. Já não tenho mais essa função desde o ano passado", disse.
Antes de trabalhar para o Estado, Adeyula atuou também na Prefeitura de Vila Velha, no cargo de secretária escolar. Ela ficou no cargo por dois anos e saiu em março de 2019, e até o momento, também não consta o desligamento dela na Relação Anual de Informações Sociais (Rais). O sistema é um dos usados pelo Dataprev para conceder o auxílio aos brasileiros.
"Desde o ano passado eu estou desempregada. Tenho dois filhos e sobrevivo hoje com ajuda do meu marido, que trabalha com o salário reduzido, e também da minha mãe. Eu fui atrás do benefício a que eu tenho direito e descubro esse erro que só está me prejudicando. Eu baixei o aplicativo e vi essa profissão. Sou uma presidente sem função, meu benefício foi negado", contou Adeyula.
Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Educação do Espírito Santo informou que o cadastro não é feito na Carteira de Trabalho, e sim no sistema da própria Sedu, em que o cargo da servidora está como Cuidadora.
"A opção 'Presidente da República' não consta no sistema da secretaria. Mesmo o cadastro não tendo sido feito pela Sedu, a equipe se coloca à disposição da servidora para buscar a retificação junto ao Ministério do Trabalho dessa informação. É preciso que ela faça contato com o setor de Recursos Humanos da secretaria."
Já a Prefeitura de Vila Velha disse que Adeyula atuou como auxiliar de secretaria escolar, na Secretaria Municipal de Educação, entre 30 de março de 201 e 01 de abril de 2019, quando ocorreu o desligamento por término de contrato, o qual tinha vigência de dois anos. Não havendo pendência quanto à Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) da ex-servidora.
Também por nota, o órgão informou que a universitária "teve todas as suas informações, inclusive de desligamento, enviadas ao Ministério da Economia.
Fonte: Uol